Qual a hora de as séries acabarem?

Você já pegou para assistir uma série, maratonou a primeira, segunda, terceira temporada e depois disso sentiu que a história estava ficando… enfadonha?

Ou que uma série terminou na terceira, quarta temporada e que cabia mais? Ou mesmo que fechou de forma magistral?

São duas situações que acontecem com vários títulos hoje em dia. E a gente se pergunta: há hora certa de uma série acabar?

Não faltam exemplos nos mundos dos streamings que ilustram ambos os cenários. Stranger Things avança para a sua quarta temporada e, depois de elogiosos anos iniciais, há reclamações por parte da crítica e de espectadores que a história tem se tornado repetitiva.

Mas, segue como um dos maiores sucessos da Netflix, que aposta num roteiro que mira na nostalgia e que também acerta no carisma de seus protagonistas.

Talvez Stranger Things nem esteja no patamar, ainda, de estar se estendendo muito. Algo que possivelmente aconteceu com La Casa de Papel, que podia perfeitamente ter fechado sua história na segunda parte, mas seguiu até a quinta e, agora, promete uma versão coreana da mesma história.

Do outro lado, temos séries também aclamadas que encerram suas vidas esse ano. Ozark está na quarta temporada e o final da família Bird acontece agora, fechando um roteiro que não se repetiu e garante qualidade do início ao fim.

Better Call Saul se estende por 6 temporadas e terminará sua jornada no auge de sua emoção, depois de, ao menos, duas temporadas muitas vezes criticadas por sua lentidão.

Peaky Blinders é mais um exemplo de série que está terminando e parece entregar o seu melhor a cada temporada, sem qualquer necessidade de prolongar sua história — no máximo, um filme, como prometido por seus produtores.

Bom, mas e aí? Essas séries que se prolongam mais são piores? Não é essa a resposta que devemos buscar. Mas sim: há o tempo certo para as séries terminarem?

E a resposta, na minha humilde opinião é: tem, mas depende.

Há de se considerar, nesses casos, o gosto do público que, nesses exemplos, são bem diferentes de si.

Espectadores de Stranger Things e de Ozark não são os mesmos. Talvez nem mesmo os de Ozark e o de Peaky Blinders. No entanto, se assemelham mais por buscarem histórias fechadas e amarradas, muitas vezes sem precisar apelar para ação ou carisma de seus personagens.

Aqui, lanço uma teoria: as séries parecem ser repetitivas quando o público das que são mais “enxutas” veem essas obras. Enquanto as séries mais “enxutas” parecem mais “lentas” quando o ocorre o contrário.

Seja o que for, a hora certa de se acabar uma série é quando ela deu tudo o que tinha que dar. Se o público acha repetitiva ou lenta demais, aí, realmente, é muito mais uma percepção pessoal do que qualquer outra coisa.