Período Eleitoral
Os textos publicados na seção “Colunistas” não refletem as posições da Agência Primaz de Comunicação, exceto quando indicados como “Editoriais”
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Já escolheu seu (sua) candidato (a)? Assistiu a algum programa de partido político na televisão, nos comícios ou leu o release dos famosos “santinhos” distribuídos na porta de casa ou na rua? Viu propaganda política nos para-choques e nos para-brisas de carros? Estamos no famoso período eleitoral. Sejam bem-vindos à época de discursos inflamados, alfinetados, promissores, mentirosos, incompreensíveis, insatisfatórios; injuntivos, dissertativos, narrativos ou descritivos. Fartos discursos nos debates na televisão, nas redes sociais, na porta de casa, nas praças: vozes ensaiadas, com o timbre vibrante, pertencente ao sedutor discurso de convencimento. Já escutou pedaços de vidros sendo triturados por um liquidificador ou a rotação em alta velocidade de um disco de vinil arranhado? A mesma ladainha de sempre, o mesmo ruído, a mesma desculpa esfarrapada, os mesmíssimos vacilos de coerência, coesão etc. Uns se debatendo nas redes sociais, levantando a cultura do ódio, viralizando xingamentos e brigas ferrenhas em nome de partidos ou candidatos. Pobres de nós, ludibriados de quatro em quatro anos. Brigamos com amigos, parentes e vizinhos por candidatos que sequer sabem de nossa existência. Pobres de nós telespectadores de brigas de candidatos lacradores e briguentos nas redes, jornais ou programas de televisão, ou respondendo às perguntas capciosas dos repórteres (não com os punhos cerrados, mas usando com eloquência e falso intelectualismo, a linguagem, dando algumas derrapadas em algumas frases) que às vezes nos fazem rir, para não chorar de vergonha, de desespero ou por falta de opção mesmo.
Pobre candidato que corre feito louco pelas metrópoles e cidades interioranas, buscando votos; muitos vão de helicópteros, de jatinhos ou carros imponentes… Agendas lotadas! Pés inchados. Vozes roucas. Sono comprometido. O telefone não para de tocar. Estômago “azedo” pelo excesso de cafeína e suco. Sorriso constante no rosto, até na hora de dormir; batidão de cumprimentos, abraços, tapas nas costas, apertos de mão (alguns aproveitam o vírus, para não apertar a mão do possível eleitor ou toma um banho de álcool). O álcool já era usado, antes mesmo da pandemia. Pobreza: contamina? E quantos atores surgem de quatro em quatro anos, dignos de um Oscar! “É tudo o que eu quero: trabalhar pela educação, pela saúde, pelo meio ambiente, pelo saneamento básico, pela economia, pelo trabalho, pelo progresso, pela vida, pelo povo, pelo pobre… Pobres dos pobres!
Hoje, manhã cinzenta, não só pelo tempo, mas pela fumaça das queimadas nas matas. Não bastasse esse cenário deprimente, um monte de deepfakes tomam conta dos grupos de WhatsApp. São centenas de vídeos montados com recortes de cenas do passado, com dublagens de imitadores de vozes. Imagens seduzem, por isso o perigo das deepfakes; tomam ares de verdade! É período eleitoral: momento muito importante para a democracia; independentemente de cor, raça, classe social e religião: o VOTO pode traçar os rumos da sociedade. O poder está em nossas mãos. O voto é livre. Minha opinião ou publicação em rede social, dentro dos limites do respeito às regras legais e sociais, é livre. Vamos assistir a programas de televisão, aprender a avaliar a trajetória e os discursos dos candidatos ou candidatas e pensar, pensar muito em quem votar. Eu sei que a vida é dura para a maioria dos brasileiros, e que precisamos de sonhos e de ilusões para continuar nossa caminhada, mas deixemos o sonho para outras ocasiões e vamos pensar na realidade nua e crua que assola este país… O maior produtor de alimentos do mundo tem multidões que passam fome! O país precisa retomar os investimentos na educação, na ciência, na tecnologia, na saúde, e no desenvolvimento social e ambiental… O Brasil necessita de ações em nome da paz, e não do ódio. Que os interesses políticos sejam em prol da população. Que a violência, o negacionismo, a corrupção e o incentivo ao armamento sejam derrotados. De boas intenções, o inferno está infestado!
O Brasil que está sendo mostrado nas campanhas eleitorais não pode ser aquele exibido nas deepfakes, ou aquele edificado por falsas promessas. E nós, votamos para quê? Para eleger representantes dignos, competentes e comprometidos com a defesa da democracia, com o bem-estar do povo, com a defesa da vida e do país.