Quando o amor se encontra com o ódio
“Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três, mas o maior destes é o amor”. (Coríntios, 1, 13-13)
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Assustado e temeroso com a onda de ódio que anda assolando nosso País nos últimos tempos, em meio a uma onda de crimes e assassinatos tenebrosos, onde os líderes máximos e vários de seus seguidores destemperados se digladiam em um mundo de acusações e impropérios, fiquei imaginando, durante minha hora de meditação diária, como seria um encontro face a face entre o Amor e o Ódio. Fruto dessa meditação, surgiu a parábola abaixo. Sei que aos olhos de alguns irá parecer utópico, delírios de um sonhador, mas por que não acreditar que, apesar de tudo, um dia o Amor vai extirpar o Ódio da face da terra!… Então, vejamos.
“Um dia o Amor se encontrou frente a frente com o Ódio. O Ódio, inflado de autoritarismo, de egoísmo e de fúria, de punhos em riste, começou a atacar verbalmente o Amor. Preparando-se para uma agressão física, gritou-lhe aos ouvidos de forma colérica:
-Você é um fraco, um submisso e um insignificante que não consegue impor suas ideias perante os demais. Diante de um grito você se cala, diante de um forte, você se curva, diante de um poderoso, você se humilha! Quando te batem em uma face, você dá a outra. Em vez de pegar as armas e partir para cima do inimigo, você o ama e insiste pela paz! Quando te fazem mal, você faz o bem, quando te perseguem, você reza pelo perseguidor. E no final, quando te flagelam e te crucificam, você pede ao seu Pai para perdoá-los! Louco! É por isso que o mundo está como está!
Mire-se no meu exemplo! Diante de um grito, eu grito mais alto e tampo a boca de quem está gritando, diante de um forte, eu me ergo com mais robustez e violência, diante de um poderoso, eu subo no meu trono e piso sobre a cabeça dele. Ai de quem bater em minha face! Se isso acontecer, eu o mato! Meus inimigos, eu os destruo radicalmente! Se me fizerem algum mal, eu retribuo da mesma forma em dobro, se me perseguirem, eu amaldiçoo. Sou bravo, sou forte, sou um guerreiro de morte! Se todos agissem como eu, o mal seria eliminado da face da terra e o mundo seria melhor!
O Amor inflado de doçura, ternura e paciência, olhou de forma profunda e calma para o Ódio e, depois de meditar sobre tudo o que ele tinha dito, retrucou:
-Você se julga tão imensamente forte que não consegue enxergar suas próprias fraquezas. Você se sente tão superior que não consegue ouvir a verdade dos mais simples e humildes. Você grita tanto e tão alto, que não consegue ouvir a sua própria voz interior, você se ergue tanto diante de um forte que não consegue suportar a sua robustez e sua violência acabará te destruindo! Quando você mata quem te bate na face, a morte te persegue e retorna a você! Quando você destrói seus inimigos, você se autodestrói, por que seu maior inimigo é você mesmo! Quando você retribui o mal em dobro, ele retorna para você de forma quadruplicada, em um círculo vicioso e suicida! Quando você amaldiçoa quem te persegue, ele, o amaldiçoado, te persegue ainda mais violentamente! Quando alguém te ofende, você recorre aos insultos às armas, inventando a falácia de que quanto mais armas nas mãos dos homens, mais seguros eles estão. É por isso que filhos matam pais e pais matam filhos, que irmãos matam irmãos, que surgem os crimes, os assassinatos e as guerras que vitimam milhares de inocentes. Muito ao contrário do que você disse sobre mim, é por isso que o mundo está como está!
Eu sou dócil e paciente! Onde existe ofensa, eu levo o perdão, onde existe discórdia, eu levo a união, onde existe dúvida, eu levo a fé, onde existe erro, eu levo a verdade, onde existe desespero, eu levo a esperança, onde existe a tristeza, eu levo a alegria, onde existem trevas, eu levo a luz. Eu sempre procuro mais consolar que ser consolado, compreender que ser compreendido, amar que ser amado, dar que receber pois é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a vida eterna. A sua braveza, a sua força e a sua guerra de morte irão te destruir!
O Ódio ouvindo isso tudo, expelindo veneno por todos os lados, não se conteve, juntou todas as suas armas e partiu violentamente para cima do Amor a fim de destruí-lo.
O Amor, plenamente ciente e consciente de todo o seu poder infinitamente superior, olhou fundo nos olhos do Ódio e manteve-se firme, sereno e impassível!
Descontrolado e insano, dominado pela sua profunda e imensa ira, o Ódio escorregou nas suas próprias armas, revirou-se sobre seu próprio corpo, caiu em um abismo infinito e acabou se autodestruindo! E o Amor juntou-se à fé e à esperança em um romance celestial, trazendo a paz e a harmonia sobre toda a terra!”.
Vale sempre lembrar a belíssima canção “O sal da terra”, cantada em altos brados pela turma do Clube da Esquina: “Para construir a vida nova, vamos precisar de muito amor. A felicidade mora ao lado e quem não é tolo pode ver”…
Quem tem ouvidos que ouça!
Cesarius Gestão de Pessoas, investimento permanente no desenvolvimento do ser humano!