O candidato ideal
“Para a política o homem é um meio; para a moral é um fim. A revolução do futuro será o triunfo da moral sobre a política”. (Ernest Renan)
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Estamos nos aproximando da data da eleição para Presidente da República e, em meio ao dualismo maniqueísta exacerbado que estamos vivendo, com os dois candidatos mais cotados se digladiando mutuamente e os demais na rabeira, fiquei refletindo qual seria os requisitos de um “candidato” ideal. Fruto dessa reflexão, sem nenhum partidarismo, enumerei algumas características que, para mim, seriam indispensáveis. Compartilho-as aqui com meus caríssimos leitores, na tentativa de corroborar para um bom desfecho do pleito que se aproxima.
Permitam-me, antes de mais nada, lembrar que a raiz etimológica do termo “candidato”, vem do Latim “candiduz”, isto é puro, vestido de branco. Na antiguidade, quem disputava um cargo público e precisava angariar votos tinha que vestir de branco, para simbolizar sua pureza! Confesso que dói-me pensar o quanto estamos distantes deste antigo simbolismo! … No entanto, vejamos.
O “candidato” ideal, para mim, não teria nenhum problema com a Justiça e traria consigo valores irrenunciáveis, a saber: integridade a toda prova, honestidade, respeito ao ser humano, valorização da família sem nenhum preconceito, espiritualidade (não confundir com religiosidade), humildade, senso de justiça, empatia, solidariedade e tolerância. Seria a favor da vida e teria um profundo comprometimento com a paz, abominando o armamento generalizado da população, a violência e a guerra. Teria um profundo respeito à natureza e ao meio ambiente, entendendo, de maneira estratégica, que a terra é o nosso lar e se não cuidarmos bem dela e dos povos que nela habitam, independentemente de sua origem, estaremos caminhando para a autodestruição. Não teria qualquer sentimento ou atitude discriminatória com relação às questões de sexo, raça, cor, religião, origem ou qualquer outro aspecto similar.
Esse “candidato” teria uma elevada experiência em gestão pública e privada e uma formação acadêmica sólida, com vários cursos de especialização, sobretudo, entendo de legislação e gestão financeira e orçamentária. De forma alguma, utilizaria a máquina pública em proveito próprio ou de seus correligionários. Teria como competências comprovadas, com um estilo de liderança altamente democrático e participativo, visão estratégica e sistêmica de negócio, planejamento e controle, capacidade de priorização e tomada de decisão, administração do tempo, espírito de equipe, assertividade, flexibilidade e inteligência emocional, agindo com muito equilíbrio, competência esta que não temos visto por aí nos embates do dia a dia. Infelizmente, os destemperos e os ataques pessoais passaram a fazer parte da mídia entre alguns desses senhores nos últimos tempos, infelizmente até no exterior.
O “candidato” ideal teria um profundo respeito ao sistema democrático vigente com seus três Poderes instituídos, buscando sempre a valorização desses Poderes em um clima de diálogo aberto, sincero, harmônico e permanente com seus representantes, por mais que haja discordâncias, coisa que infelizmente também não temos visto nos últimos tempos.
Evidentemente que surgem algumas perguntas que não querem se calar: existe esse “candidato” ideal? Onde iremos encontrá-lo? Como fazer para identificá-lo?
O dicionário Priberiam define o termo ideal como algo que só existe na ideia, na imaginação, como um conjunto imaginário de perfeições que não podem ter realização completa. Tendo esse conceito como base e entendendo que o ser humano e passível de falhas, é compreensível que, infelizmente, não encontraremos esse “candidato” ideal. Então, o que fazer? Estamos fadados a aceitar qualquer tipo de candidato por falta da opção ideal?
A resposta, evidentemente, é não! Entendo que o caminho mais acertado é conhecer a fundo a história, as características e o comportamento de cada um deles e, através de uma análise consciente e concreta, ver qual deles mais se aproxima desse “candidato” idealizado. Vejo claramente que assim estaremos fugindo do dualismo maniqueísta exacerbado que estamos vivenciando, conforme comentado acima. Como dizia o grande poeta Mário Quintana, “se as coisas são inatingíveis, ora, não é motivo para não querê-las! Que triste os caminhos se não fora a presença distante das estrelas” …
Quem tem ouvidos que ouça!
Cesarius Gestão de Pessoas, investimento permanente no desenvolvimento do ser humano!