Educação e Cidadania
“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção” (Paulo Freire)
Os textos publicados na seção “Colunistas” não refletem as posições da Agência Primaz de Comunicação, exceto quando indicados como “Editoriais”
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Recentemente, tomei conhecimento de um evento de abertura do Ano Letivo da Secretaria de Educação da Prefeitura Municipal de Mariana, que contou com a participação de professores, diretores, pedagogos e membros dos poderes Executivo e Legislativo da região. Excelente a iniciativa da Secretaria; esperemos que as reflexões trazidas em pauta durante o evento gerem, de forma prática e concreta, muitos e bons frutos.
O Sistema Municipal de Ensino Público de Mariana conta com cerca de 1.000 funcionários e 7.000 alunos. A educação, com certeza, tem um papel fundamental na formação desses futuros profissionais e no desenvolvimento econômico, social e ambiental do município. Essa quantidade enorme de crianças e jovens que fazem parte hoje do corpo discente serão os futuros profissionais de amanhã. Se bem-educados, teremos pais de família exemplares e excelentes profissionais; se mal-educados, infelizmente, teremos pais desnaturados e profissionais acomodados, corruptos e incompetentes. É claro que essa formação não depende só dos professores, os pais têm um papel irrenunciável nessa tarefa, mas isso não dá direito aos professores de pensar que a responsabilidade da escola se restringe somente aos aspectos acadêmicos formais dentro do ambiente escolar. É primordial entender que cada qual, escola e família, tem o seu papel na construção educacional da criança, e que para que essa construção aconteça de forma qualitativa, as funções da família e da escola devem acontecer em conjunto, de forma que uma complemente a outra, atendendo sempre as necessidades do aluno.
Um aluno não pode ter no professor a imagem de um pai ou mãe que contradiga o que é ensinado em casa e, evidentemente, em contrapartida, nos pais a imagem de um professor que contradiga o que é ensinado em sala de aula. Escola e família devem ter a mesma linguagem quanto aos valores éticos e morais que fazem parte da formação integral do aluno.
Espera-se dos professores que tenham paixão por ensinar, que estejam abertos para sempre ao novo e a aprender (Lifelong Learning), que tenham domínio técnico-pedagógico, que saibam pesquisar, que saibam gerenciar uma sala de aula e ressignificar a aprendizagem dele e de seus alunos. Paulo Freire, considerado o Pai da Educação no Brasil, já dizia que educar, por excelência, não é o simples ato de transferir conhecimento do professor para o aluno, cumprindo secamente um conteúdo e uma agenda preestabelecida, mas sim de construí-lo junto com os alunos, de uma forma amorosa, dinâmica, participativa e interativa.
Ensinar não pode ser um ato mercenário, onde o professor friamente “vende” seu conhecimento, cumprindo à risca uma carga horária previamente estabelecida e um conteúdo engessado, rico e extenso em conceitos teóricos, mas desvinculado da prática do dia a dia. Sala de aula não pode ser utilizada pelo professor como um local propício para navegar nas redes sociais conversando fiado, enquanto os alunos fingem que aprendem, copiando conteúdos vazios e sem sentido. O professor absolutamente e de forma alguma não pode ficar utilizando de atestados médicos falsos para justificar sua ausência em sala de aula, dando mau exemplo, sobrecarregando os colegas e fugindo do cumprimento do seu sagrado dever.
Felizmente, tenho ouvido várias histórias emocionantes de professores, que depois de longos anos de dedicação responsável em sala de aula, encontram ex-alunos, já adultos e formados, pais de família responsáveis e atuando como profissionais de sucesso! O encontro desses atores é sempre um momento grandioso! Missão dada, missão cumprida e com louvores!
Creio que ainda existem muitos professores por aí que estão cientes e conscientes de sua grandiosa missão! Magistério para mim é um sacerdócio! A esperança é que esses sejam fermentos na massa para contagiar os demais, contribuindo para formar cidadãos e profissionais íntegros, competentes e bem-sucedidos!
Quem tem ouvidos, que ouça!
Cesarius Gestão de Pessoas, investimento permanente no desenvolvimento do ser humano!