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Hoje é sábado, 5 de outubro de 2024

Gestão de pessoas ou Gestão com pessoas

“Posso criar o melhor modelo do mundo, mas se eu não tiver pessoas que acreditam, que estão comprometidas e motivadas, o negócio não vai para a frente”. (Luis Carlos Nacif – Diretor Geral da Microcity)

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Gestão de Pessoas ou Gestão com Pessoas? Já tive oportunidade de abordar esse tema em 2012, pela ocasião do lançamento do meu primeiro livro “Gestão com Pessoas – Temas para reflexão”, mas ele continua tão cada vez mais atual que vale a pena se aprofundar um pouco mais.

Gestão com Pessoas é um termo que associa fortemente teoria e prática, com foco na valorização do ser humano e sua participação efetiva na gestão das organizações e que é resultado da evolução da gestão do capital humano nas empresas. Relações Industriais, Setor de Pessoal, Departamento de Pessoal, Recursos Humanos são os termos e estratégias que o antecederam de forma evolutiva dentro das empresas. Apesar do caráter evolutivo, estas estratégias estão em fase de obsolescência e, infelizmente, muitas empresas contemporâneas ainda sobrevivem com a prática permanente de algumas delas.

Empresas que atuaram ou atuam segundo a soberania das Relações Industriais/Administração de Pessoal tem um caráter fortemente processual legalista, com foco na admissão de empregados (“fichar” é um termo muito usado), no “controle de ponto”, no processamento da folha de pagamento e no estabelecimento de medidas punitivas, quer seja para a manutenção da disciplina, quer seja para a demissão. Comando e controle no estilo capataz, Advertência verbal, Advertência Escrita, “Balão” e Justa-Causa são ações que formam a trilha mais temática que impera culturalmente nestas empresas. O Chefe de Pessoal é o terror dos empregados e tem um poder de mando e desmando sobre eles. Se o empregado for convocado para passar no DP, pode esperar que aí já vem problema! O contracheque frequentemente chega, no final do mês, nas mãos do empregado com atraso e com valores menores que os devidos. Em algumas empresas, ele chega a ser pejorativamente apelidado de “cebolão”, porque os empregados afirmam que choram quando abrem seus envelopes! E por aí vai!

Pois bem, a evolução dos tempos, trouxe o conceito de Recursos Humanos, o famoso RH, ainda hoje, de uma forma geral, muito utilizado nos meios organizacionais. O maior problema é que, de forma subjacente, esse conceito trabalha com o entendimento, como o próprio nome diz, de que pessoas são recursos como um equipamento qualquer e enquanto recursos podem e devem ser naturalmente descartados quando apresentam algum tipo de defeito! É a geração tecnológica do descartável! Assim sendo, um empregado trabalha longos anos em uma empresa de forma dedicada e produtiva e ao apresentar o primeiro “defeito”, ele é simplesmente descartado, colocando-se outro no lugar! O resultado: elevação de turnover, aumento de reclamações trabalhistas, desmotivação, impactos negativos no clima organizacional e perda do “know-how” da empresa.

Felizmente, podemos vislumbrar boas e novas mudanças no ar! Desenvolvimento Humano e Organizacional – DHO, Gestão de Talentos, Gente e Gestão e Gestão com Pessoas são algumas das novas denominações que vem surgindo nos últimos tempos! Muito além de uma simples mudança de nome, elas trazem um novo conceito altamente estratégico, em sua essência. O ser humano passa, verdadeiramente e na prática, a ser tratado como o maior patrimônio de uma organização. Afinal, do que vale tecnologia e infraestrutura de ponta, se não existe uma equipe competente, engajada e motivada! Nestas organizações sábias e futuristas, organizações que aprendem, como dizia Peter Senge, não existe mais um setor ou departamento responsável pelo controle de pessoal, como antigamente. Os líderes, em todos os níveis, passam a ser os responsáveis pelo desenvolvimento de seus liderados em um clima de valorização, reconhecimento, respeito e diálogo permanente em todos os aspectos, não só no meramente operacional. A gestão participativa, com pessoas e não simplesmente gestão de pessoas nos mesmos moldes da Gestão de Equipamentos, Suprimentos ou outra qualquer, prevalece com força na rotina organizacional. Do “P” ao “P”, ou seja, do Porteiro ao Presidente, todos são importantes para a empresa e são ouvidos, valorizados e devidamente reconhecidos, cada um de acordo com o seu nível de atribuição e responsabilidade. “Team Building”, Employee Journey, “Human Capital”, “Soft Skills”, “Environmental, Social and Governance – ESG, são alguns dos novos termos irrenunciáveis e que frequentemente estão em pauta.

Os resultados? Melhoria da imagem da organização, melhor qualidade de vida, maior satisfação no trabalho, mais motivação, sentimento de pertencimento, engajamento e, evidentemente, aumento de produtividade e lucratividade para o negócio. Gigantes como o Google, uma das organizações mais lucrativas dos últimos tempos (US$ 59,9 bilhões de lucro em 2022) e outras mais estão aí para comprovar! Quem está dentro, não quer sair, quem está fora, quer entrar!

E você, como anda a valorização do capital humano na sua empresa?

Quem tem ouvidos, que ouça!

Cesarius Gestão de Pessoas, investimento permanente no desenvolvimento do ser humano.

Picture of Júlio Vasconcelos
Júlio César Vasconcelos, Mestre em Ciências da Educação, Professor Universitário, Coach, Escritor e Sócio-Proprietário da Cesarius Gestão de Pessoas
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