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Hoje é sábado, 5 de outubro de 2024

Motivação no trabalho: Qual é a sua?

“Olá! Esse é o Marcelo! Ele tem o sonho de ganhar um bom salário, comprar seu carro, a casa própria, passear muito e ter estabilidade no emprego, sem nunca mais se preocupar em ser demitido, até se aposentar! Se você é como o Marcelo, o Concurso do INSS vem aí! Faça contato conosco, matricule-se, realize seus sonhos e viva feliz!”

Os textos publicados na seção “Colunistas” não refletem as posições da Agência Primaz de Comunicação, exceto quando indicados como “Editoriais”

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Anúncios como esse, com uma foto sorridente do Marcelo, são divulgados aos montes em vídeos no Youtube, através da fala entusiasmada de um professor simpático, atraindo milhares de concurseiros para se matricularem em um curso preparatório e serem aprovados em um concurso público. Pois bem, acreditando na fórmula mágica da felicidade, o Marcelo matriculou-se no curso, passou dias e noites a fio estudando, inscreveu-se no concurso, foi aprovado e, depois dessa longa jornada, todo feliz, finalmente começou a trabalhar. Então, surge no ar, uma pergunta que não quer se calar: o Marcelo encontrou a sua tão almejada felicidade?

Infelizmente, as evidências da vida real, de uma forma geral, nos dizem que não! É aí, então, que podemos verificar a falácia que pode estar por trás desses tipos de anúncios miraculosos!

Evidentemente, que todos nós queremos ganhar um bom salário, adquirir alguns bens para o próprio conforto, passear e ter estabilidade no emprego, mas, com certeza, essas conquistas citadas, por si só, não trazem a felicidade! Infelizmente, as repartições públicas e, por que não dizer, também as organizações privadas, independentemente da localidade e com boas exceções, estão cheias de trabalhadores insatisfeitos e desmotivados, prestando um péssimo serviço aos cidadãos e clientes em geral, apesar dos benefícios conquistados. Nesses meios, uma frase muito comum de se ouvir é: “quando eu me aposentar, vou fazer o que eu gosto”! Infelizmente, os donos dessa famosa frase se esquecem que, de repente, pelas voltas da vida, podem ser pegos de surpresa e terem que partir para outra dimensão, bem antes do que pensavam! Falta a eles trazer para a vida real o aspecto mais importante, situado no topo da hierarquia motivacional criada pelo psicólogo norte-americano Abraham Maslow (1908-1970): o sentimento de autorrealização!

A autorrealização é um sentimento altamente motivacional de satisfação, de pertencimento, de autodesenvolvimento e de autovalorização que toma conta de um profissional quando ele se sente fazendo parte de um propósito maior, coincidente com suas crenças e seus valores, através do desenvolvimento do seu trabalho. Profissionais autorrealizados são profissionais de sucesso e que amam o que fazem, fazem bem feito, sentem-se devidamente bem recompensados por isso e acreditam que estão contribuindo de maneira significativa para a construção de um mundo melhor, por mais simples que possa parecer o cargo que ocupam. É muito fácil reconhecê-los! Transpiram energia positiva, são entusiasmados e criativos e estão sempre prontos a ajudar, quem quer que seja!

De uma forma geral, os trabalhadores passam cerca de 30 anos de sua vida, ou mais, se dedicando ao trabalho, até se aposentar. Sem dúvida, o trabalho tem fortes reflexos em todos os aspectos da nossa vida e, se esse trabalho for simplesmente uma mera forma de conseguir uma renda para a sobrevivência (ganha-pão), um castigo e uma fonte de sacrifício, podemos perceber claramente o desperdício com tanta vida jogada fora, sem qualquer sentido ou significado, destilando desprazer, relacionamentos agressivos, serviços de má qualidade e um mal atendimento aos clientes.

É triste, mas infelizmente, encontramos muitos “Marcelos desiludidos” por aí! Segundo pesquisa recente divulgada pela Consultoria Survey Monkey, 36,52% dos brasileiros estão infelizes com o emprego e 64,24% gostariam de fazer algo diferente! Os problemas estão relacionados a questões salariais, relacionamento com as lideranças e excesso de carga horária. É fácil perceber isso observando o crescente número de doenças mentais relacionadas ao trabalho e as diversas expressões altamente depreciativas utilizadas para se referir ao indivíduo que vai para o trabalho: “vai ralar”, “vai para o tronco”, “vai para a escravidão”, “vai para a luta”, “vai para o ganha-pão” e “vai para a rat race” (corrida de ratos), expressão usada para descrever uma situação em que as pessoas estão presas em uma rotina de trabalho estressante e competitiva, sem uma sensação real de progresso ou satisfação, entre outros.

E você, como se sente com relação ao seu trabalho? Já pensou sobre isso? Se não, lembre-se que a vida é trem-bala parceiro e, de repente, você pode ter que descer em alguma estação sem ter tido tempo de curtir verdadeiramente a sua viagem!

Quem tem ouvidos, que ouça!

Cesarius Gestão de Pessoas, investimento permanente no desenvolvimento do ser humano!

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Júlio César Vasconcelos, Mestre em Ciências da Educação, Professor Universitário, Coach, Escritor e Sócio-Proprietário da Cesarius Gestão de Pessoas

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