Oscar 2021: confira os resultados e o desempenho da Netflix
A 93ª cerimônia do Oscar tinha tudo para ser diferente e foi. Mas, o filme favorito, Nomadland, levou o prêmio principal e ficou com a maior parte das estatuetas: 3!
Os textos publicados na seção “Colunistas” não refletem as posições da Agência Primaz de Comunicação, exceto quando indicados como “Editoriais”
Compartilhe:
Não foi dessa vez que a Netflix levou o prêmio de Melhor Filme do ano: “Nomadland” cravou o favoritismo e levou a categoria. O longa ainda levou por Direção, com Chloé Zhao, também favorita, e Atriz, com Frances McDormand, que desbancou Viola Davis e uma disputada categoria de Melhor Atriz.
A noite foi de um grato novo formato, com as apresentações musicais acontecendo antes da premiação e anúncios muito mais rápidos. Isso acelerou os anúncios, fez com que os discursos fossem mais longos.
Mas, nem tudo foram flores: testando um novo formato, com alguns anúncios populares sendo feitos antes da hora, talvez para segurar a audiência, o que poderia ter dado certo, já que alguns prêmios principais, como Direção, aconteceram no meio da noite, momento conhecido pela monotonia de anúncios menos populares.
Contudo, o prêmio principal, Melhor Filme, antecedeu o de Atriz e Ator. O que, sinceramente, foi algo completamente anticlimático. Talvez pela categoria de Melhor Atriz ser a mais disputada e a de Ator tinha seu favorito o ator Chadwick Boseman, falecido ano passado, dois fatos que tinham apelos populares.
Mas, após o anúncio de Nomadland ser celebrado pelos seus produtores, incluindo a atriz Frances McDormand que retornou ao palco para erguer a sua estatueta (a terceira como Atriz e a segunda da noite), teve seu discurso muito menor do que se esperava. Afinal… ela já havia feito um logo antes.
Já Ator Principal, que tinha tudo para ser o momento mais emocionante da noite, acabou sendo justamente o mais sem graça. Anthony Hopkins levou um mais que merecido prêmio, cortando o barato de quem esperava o prêmio para Boseman e as justas homenagens. Mas, não só: ele sequer foi à premiação – algo comum recentemente, já que ele não costuma ir.
Joaquin Phoenix não só fez um anúncio desinteressante como teve que explicar que o ganhador não foi, terminando uma bela noite de uma maneira bem frustrante, por mais que o prêmio fosse verdadeiramente justo. Aliás, Hopkins se torna o ator mais velho a receber a estatueta.
Mas… E a Netflix?
Tirando o final anticlimático, a noite rendeu bons momentos – como uma “bela” dança de Glenn Close – e premiações para a Netflix, mesmo que ela tenha perdido em algumas categorias que era favorita.
A começar com Ator, que muitos consideravam Boseman, de “A Voz Suprema do Blues” favorito. Levou, como citado, Anthony Hopkins por “Meu Pai”.
O filme mais indicado da noite, que é da Netflix, saiu com poucos prêmios, como era de se esperar: Mank levou por Designer de Produção e Fotografia.
Mesmo perdendo em Ator, “A Voz Suprema do Blues” também levou dois prêmios: Maquiagem e Penteado e Figurino. Merecidos, mas vale lembrar que a incrível Viola Davis perdeu em Atriz, justamente para a também incrível McDormand.
A Netflix também assegurou o prêmio de Melhor Documentário com o bonitinho “Professor Polvo” e Melhor Curta de Animação com “Se Alguma Coisa Acontecer… Te amo”. Também levou por Melhor Curta Metragem em Live Action por Dois Estranhos.
Contudo, saiu de mãos abanando com “Os 7 de Chicago”, mesmo que tenha sido indicado a seis categorias.
E os demais streamings?
Apesar do grande vencedor da noite não ter sido de uma plataforma digital, os streamings tiveram seu espaço. Além dos filmes da Netflix, vale citar o excelente “O Som do Silêncio” da Amazon Prime que levou dois Oscars: Melhor Som e Melhor Montagem.
Meu Pai, vencedor de Melhor Ator e Melhor Roteiro Adaptado, pode ser assistido na AppleTV+, no Youtube Premium ou Google Play.
Soul, da Disney+, saiu com duas estatuetas, por Melhor Animação e Melhor Trilha Sonora.
Infelizmente, grandes filmes vencedores da noite ou não tem data para estrear no Brasil ou insistem em serem lançados em cinema.
Nomadland é um deles e vale destacar uma das falas de Frances McDormand, produtora e atriz do filme, que pediu para que assistamos ao filme em telas pequenas por enquanto. Uma outra hora, teremos a oportunidade de vê-los no cinema.
Resumo: foi bom?
Apesar da merecida vitória de Anthony Hopkins fechando a noite, não dá para negar que sua ausência foi completamente anticlimática. O que não dá para culpar o ator, afinal, é típico dele.
A escolha por se colocar o anúncio de melhor ator por último foi completamente estranha e, se foi feita para se homenagear o falecido Chadwick Boseman, o tiro saiu pela culatra e estragou uma noite que teve tudo para ser de fato especial.
Ainda que sem apresentador e o típico monólogo, a cerimônia durou longas 3h30, com um clima mais intimista pelos poucos convidados. Algumas horas soaram frias, mas nada que a dança de Glenn Close e o uivo no palco da magnífica Frances McDormand não quebraram.
Yuh-Jung Youn foi a primeira atriz asiática a levar a categoria de atriz coadjuvante, por seu papel em Minari e teve um descontraído discurso. Chloé Zhao foi a segunda mulher premiada como Direção e também a primeira asiática a levar o prêmio.
O Oscar desse ano poderia ser o primeiro com um casal de negros sendo premiados com as atuações principais, contudo, apenas Daniel Kaluuya levou uma estatueta, mas, como Coadjuvante por Judas e o Messias Negro.
Mas, nem por isso a presença de negros foi ofuscada. Grandes premiações foram dadas a profissionais negros bem como os discursos mais marcantes foram deles. Talvez, ainda longe do ideal, mas certamente foi uma cerimônia mais diversificada.
Um evento diferente e por si só histórico, mas que merecia um final melhor.
Lista de vencedores
Melhor filme: “Nomadland”
Melhor atriz: Frances McDormand – “Nomadland” (vencedora)
Melhor ator: Anthony Hopkins – “Meu pai” (vencedor)
Melhor direção: Chloé Zhao – “Nomadland” (vencedora)
Melhor atriz coadjuvante: Youn Yuh-jung – “Minari” (vencedora)
Melhor ator coadjuvante: Daniel Kaluuya – “Judas e o messias negro” (vencedor)
Melhor filme internacional: “Druk – Mais uma rodada” (Dinamarca)
Melhor roteiro adaptado: “Meu pai”
Melhor roteiro original: “Bela vingança”
Melhor figurino: “A voz suprema do blues”
Melhor trilha sonora: “Soul”
Melhor animação: “Soul”
Melhor curta de animação: “If anything happens I love you”
Melhor curta-metragem em live action: ‘”Two distant strangers”
Melhor documentário: “My octopus teacher”
Melhor documentário de curta-metragem: “Collete”
Melhor som: “O som do silêncio”
Canção original: “Fight for you” – “Judas e o messias negro”
Maquiagem e cabelo: “A voz suprema do blues”
Efeitos visuais: “Tenet”
Melhor fotografia: “Mank”
Melhor edição: “O som do silêncio”
Melhor design de produção: “Mank”