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Hoje é sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Acidentes de trabalho no Brasil: o vírus que não se apaga

“Zelar pela integridade física, psíquica e emocional do trabalhador muito além de ser uma questão de legalidade, é uma questão de humanidade”.  (Vasconcelos, 2021)

Os textos publicados na seção “Colunistas” não refletem as posições da Agência Primaz de Comunicação, exceto quando indicados como “Editoriais”

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Evidentemente que as estatísticas registradas diariamente com a crise do COVID19 no Brasil são tremendamente assustadoras e precisam ser tomadas medidas preventivas e corretivas urgentes com relação à sua expansão.  Segundo o site da Agência Brasil, foram registradas mais 400 mil mortes acumuladas desde o início da pandemia. No entanto, existem outras estatísticas tão preocupantes quanto a do COVID19 ou, às vezes, até mais preocupantes, uma delas são as relacionadas aos índices de acidentes de trabalho no Brasil.      

Os números da Previdência Social registram cerca de 700 mil casos de acidentes ocupacionais no país.  Segundo o levantamento do Observatório Digital de Segurança e Saúde do Trabalho, a cada 3 horas e 40 minutos morre um trabalhador em decorrência de acidentes de serviço no Brasil. Somente em 2018 foram registradas mais de 2.000 mortes, isso sem contar os casos de cortes, laceração, fraturas, contusão e esmagamento que geram restrição, afastamento do trabalho ou incapacitação permanente. O problema é que não existe vacina para esse “vírus” e os registros acumulados são crescentes e reincidentes, tomando proporções assustadoras. São muitos os trabalhadores, pais e mães de famílias que não retornam para seus lares deixando de ganhar o sustento para os filhos. Segundo estimativas de estudo da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), ligada à Universidade de São Paulo (USP), os custos com acidentes de trabalho no Brasil ultrapassam R$ 100 bilhões ao ano. 

É preciso que sejam tomadas medidas urgentes para reverter esse quadro. As empresas precisam entender que a segurança do trabalhador está muito acima da necessidade desenfreada de produção e do capitalismo selvagem, com o lucro a todo custo. Acidentes catastróficos estão aí para demonstrar!

Em meados de 1995, a DuPont, empresa pioneira em Gestão de Segurança do Trabalho, criou um sistema que possibilita uma melhor compreensão das fases de maturidade de segurança. O sistema desenvolvido recebeu o nome de Curva de Bradley e trata-se de uma ferramenta que identifica quatro estágios da maturidade de cultura de segurança no trabalho de uma organização. 

O primeiro estágio, o mais baixo deles, é denominado Reativo e a meta de zero acidente é impossível de ser atingida. A segurança é praticada com base no instinto natural e as empresas que se enquadram nesse estágio só tomam medidas corretivas após ocorrido o acidente.

O segundo estágio é o denominado Dependente e a meta de zero acidente encontra muitas dificuldades para ser atingida. Nesse estágio a segurança está desvinculada do processo produtivo e os profissionais de segurança são os únicos responsáveis pela segurança do trabalhador e são encarados como fiscais ou xerifes.

O terceiro estágio é o independente, onde a meta de zero acidente torna-se fácil de ser atingida. Aqui as políticas e diretrizes de segurança do trabalho são conduzidas pela direção da empresa, estão integradas ao processo produtivo e os gestores estão compromissados.   

No quarto e último estágio, o mais evoluído, a meta de zero acidente é sustentável, a alta direção da empresa implanta, conduz e monitora as políticas e diretrizes de segurança do trabalho e esta funciona como valor estratégico agregado ao negócio e como condição de emprego.

A implantação da gestão da Curva de Bradley™ de forma estratégica em uma organização mostra que uma cultura de segurança bem-sucedida reduz drasticamente o número de acidentes de trabalho, melhora a qualidade dos produtos e serviços, reduz custos e aumenta a produtividade e os lucros da organização.

 Se você ou a sua empresa quiser se aprofundar no assunto, faça contato conosco. A Cesarius Gestão de Pessoas poderá ajudá-lo nesse sentido.

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Júlio César Vasconcelos, Mestre em Ciências da Educação, Professor Universitário, Coach, Escritor e Sócio-Proprietário da Cesarius Gestão de Pessoas
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