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Hoje é sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Kevin Hart quebra seus paradigmas em Paternidade

Filme da Netflix mostra um lado pouco comum do ator, que é recorrentemente lembrado pelas comédias.

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Um dos mais recentes sucessos da Netflix, o filme Paternidade conta a história de Matt, um pai viúvo que precisa criar, sozinho, a filha recém-nascida. O papel principal é de Kevin Hart, ator que é bem celebrado pelas comédias.

Aqui, é o grande ponto forte de Paternidade. Kevin mostra uma faceta que os menos atentos podem não ter fisgado em sua carreira até então.

Na pele de Matt, ele não deixa o seu humor de fora, mas não é o grande destaque de sua atuação. Enlutado pelo falecimento da esposa e se vendo sob pressão da família para criar a filha, o personagem precisa se mostrar forte, resiliente e maduro o suficiente para dar o melhor para a bebê – e esse último quesito não era muito bem o forte de Matt.

À parte da atuação segura e até mesmo cativante de Kevin, temos uma história que não é exatamente uma grande novidade. Há algumas outras obras que certamente já contaram a história de uma família que se vê diante de uma tragédia e cercada de desafios para seguir sua vida.

Contudo, Paternidade se destaca por mostrar um pai disposto a verdadeiramente se doar para filha, mas não largando totalmente sua vida de solteiro ou de profissional.

Ainda que seja uma boa e bela história, o filme talvez peca por mostrar apressadamente o crescimento da bebê e pouco dos desafios que Matt teve para criar a filha. É claro que, mostrando esses desafios da vida de um pai solteiro, o filme pudesse cair em repetições, mas, talvez, faltou um pouco do processo de Matt enquanto só com a filha.

Mais do que uma esperada comédia com um bom ator em seu comando, Paternidade é sobre amadurecimento e, ainda que o ritmo possa soar estranho e muitas vezes convencional, não deixa de ser uma obra que entrega mais do que se espera.

É sobre, também, resiliência de um homem que poderia ser bobo demais para ser pai que aprende a ser maduro quando necessário. O humor que Kevin entrega é bem dosado com o drama emocional que a película exige – ainda que, algumas piadas soam forçadas em determinados momentos.

Mas, vale a pena mostrar que, em momentos de luto, pode haver um sopro de esperança para um pai que não esperava ter sua vida tão mexida quando Matt teve. Um bonito filme, acima de tudo.

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Kael Ladislau é Jornalista graduado pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
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