Olimpíadas? Que tal maratonar diferentes nacionalidades na Netflix?
Aproveitando o espírito olímpico que emana na população mundial a cada 4 anos (dessa vez 5), fique com 8 filmes de diferentes países encontrados na Netflix
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Olímpiadas despertam o lado torcedor de cada humano. Até mesmo pelos representantes do badminton. E tem um personagem olímpico singular que surge ao lado de outros símbolos próprios dos jogos, como a tocha olímpica. Eu estou falando do quadro de medalhas.
Esse ranking dos países que mais ganham o objeto de desejo de todo atleta, nos faz saber que Guam e Porto Rico são nações, só que não, e que a Rússia pode usar outro nome para tentar escapar do doping.
Brincadeiras à parte, a diversidade das nações durante os jogos nos mostra o quanto nosso planeta é diverso. E no cinema não é diferente. Por isso, aproveitando a salada de bandeiras que somos apresentados nas Olimpíadas, fique com uma lista de 8 filmes de diferentes países encontrados na Netflix.
E aproveite para assisti-los enquanto você não tem mais nada para ver entre uma partida de tênis de mesa e softball.
Rosa e Momo (Itália)
Do país da velha bota, o representante é o drama Rosa e Momo. O peso pesado dessa obra vem com a veterana Sophia Loren, uma das lendas vivas do cinema mundial.
A história conta a relação de uma ex-prostituta, Rosa, e o garoto Momo, um órfão que vive de furtos pelas ruas de uma Nápoles sem aqueles cartões postais da cidade, muito mais suburbana aqui.
São duas pessoas que precisam, meio à contragosto, conviver, cada uma com seus dilemas: se Momo é um filho de imigrantes que encontra no crime o modo de vida, Rosa é uma sobrevivente do holocausto que precisa lidar com seus traumas. E agora, com o novo protegido.
Um belo filme que concorreu ao Oscar de 2021 em melhor canção, com Laura Pausini!
O Menino que Descobriu o Vento (Malaui)
Na África, pisamos no Malaui. E lá descobrimos essa pérola baseada em fatos reais. William Kamkwamba é um garoto curioso bem-criado em um lugarejo onde conforto não é exatamente uma condição.
E não é exagero ao falar isso, já que o país ao leste da África é um com menores Índices de Desenvolvimento Humano, com altas taxas de mortalidade infantil. Nessas circunstâncias, podemos ver um garoto que quer o básico para muitos de nós: estudar.
Fazendo isso às escondidas, William consegue desenvolver um método com sucatas que pode ajudar o local onde mora a enfrentar a seca: um moinho que bombeia água. Com muita persistência e sob desconfiança de todos.
A tocante história mostra não só a importância da escola, como também a do sonho. E a resistência em fazer aquilo que gosta em prol de uma comunidade. Vale muito a pena assisti-lo e conhecer mais a real história de Kamkwamba!
O Profissional (França/EUA)
Agora, um mais conhecido, vindo da França, com produção estadunidense: o Profissional.
Esse filme é famoso por apresentar uma jovem e talentosa Natalie Portman ao mundo. No (polêmico) longa de Luc Besson, somos apresentados a Léon, na pele do grande Jean Reno, um assassino de aluguel que se vê na obrigação de cuidar de Mathilda, garota de 13 anos que vê seus pais serem assassinados pela corrupta polícia de Nova Iorque.
Léon, vizinho da família, protege a garota que, agora, quer se tornar assassina profissional para se vingar. O veterano vê no dilema de não só cuidar da criança, como mostrar que esse não é o caminho certo da vida, mesmo que seja esse o que ele próprio tomou, enquanto a menina o ensina a ler e escrever.
Uma bonita e potente história – que ainda conta com a participação energética de Gary Oldman – mas que infelizmente caiu em um debate perigoso sobre sexualização do corpo infantil.
Natalie Portman, então com 12 anos, se viu “símbolo” de pessoas adultas que viram em uma criança, um objeto. A atriz sofreu e hoje o debate sobre a simbologia desse filme é forte, ainda que na relação dos personagens, não exista nada para isso. Reflexos de um mundo doente.
Assunto de Família (Japão)
O país asiático possui alguns bons filmes e na Netflix o destaque vai para Assunto de Família. Mais uma vez, somos levados ao subúrbio de um grande centro, dessa vez Tóquio (olha a Olimpíada implícita aqui mais uma vez).
Uma pobre família precisa se dobrar para sobreviver. E como fazer isso? Com o crime e com a pensão da avó. O pai, Osamu, encontra uma criança na rua e resolve a levar para casa, ainda que seja mais uma boca para alimentar.
Ele percebe que a criança possui sinais de abuso, reforçando a ideia de que eles precisam abrigar a pequena. A tocante história mostra naquela família os traços de uma pobreza que precisa recorrer aos crimes para sobreviver, mas que não perde a oportunidade de se mostrar forte e com laços fraternos, mesmo nas adversidades.
Filmão que você pode conferir agora mesmo!
SuperLópez (Espanha)
Voltando para a Europa, desembarcamos na Espanha. E de cara, uma pergunta: e se o Superman, enviado de Kripton, caísse em solo ibérico? Precisamente numa zona rural do país em questão?
É claro que não temos aqui um filme a la “What If…” da DC Comics. Na verdade, o planeta é Chitón, e o bebê alienígena é enviado à Terra para fugir do general Skorba. No trajeto, as coisas dão errado e ele cai ali mesmo na Espanha.
O grande destaque dessa paródia de um dos heróis mais famosos da cultura, são as situações impostas ao personagem diante de uma Espanha cheia de problemas sociais, bem diferente daqueles que o menino Kal-el em Metrópolis, na identidade de Clark Kent, que precisa lidar com inimigos fantásticos.
Aqui, Juan, o nosso herói, precisa encarar o dia a dia de uma pessoa batalhadora e, claro, do inimigo que vem do espaço. Algumas piadas podem até ser locais demais, mas nada que tire a diversão dessa pérola hispânica!
Rede de ódio (Polônia)
Rumamos para o leste europeu e paramos na Polônia. O representante de nossa lista do país e Rede de Ódio e nome não poderia ser mais literal.
Assistimos uma obra que fala justamente do poder das mentiras nas redes sociais e como as pessoas ganham dinheiro com isso, além de influência política.
Tomasz é flagrado na universidade plagiando um trabalho. Ele é expulso e precisa mentir para a família rica que paga as suas mensalidades na faculdade. Mas a aproximação do jovem com esse núcleo não é lá muito natural, causando estranheza tanto neles quanto no espectador.
O jovem consegue descobrir o desdém dessa família com ele e nutre um desejo de reverter essa imagem. E faz isso de uma maneira não muito legal: conseguindo um emprego em uma espécie de fábrica de fake news.
Assim ele consegue se insinuar para a família e para a amada, filha do casal que é seus padrinhos. Mas é claro, que nem tudo dará certo para ele nessa jornada. Intrigante e assumidamente perturbador ao mostrar o poder das pessoas por trás das redes sociais em nossa sociedade!
Milagre da Cela 7 (Turquia)
O nosso representante turco ganhou uma justa hype em 2020, quando as pessoas o descobriram no catálogo da Netflix. Justa porque a história nos mostra Memo, um pai solteiro com deficiência intelectual.
Querido no pobre vilarejo onde mora com a avó Fatma e a filha Ova, Memo vive feliz, talvez ignorando o fato de a filha sofrer na escola por conta de seu pai com baixa intelectualidade – o que, pra ela, não é um fator contra Memo.
Mas tudo muda quando Memo se envolve no assassinato da filha de um figurão do exército local, que não pensa duas vezes em mandá-lo para a prisão. Na cela número 7, o protagonista se envolve com os demais presos e leva a vida com a mesma leveza de antes, mesmo tendo que lidar com a injustiça e a saudade da família.
A sensibilidade de o Milagre da cela 7 é cativante e o final é para despedaçar qualquer coração mais duro. Não é um filme tão original quanto parece (até porque ele é adaptação de uma obra coreana), mas isso não é qualquer demérito. Se você ainda não viu, vá agora mesmo!
Estômago (Brasil)
Por fim, mas menos importante, o representante de nosso país: o nacional Estômago. Mais uma vez, vemos a situação de um personagem cativante na cadeia. Agora, um singelo cozinheiro, Raimundo Nonato, que tenta sobreviver fazendo comida nos botecos da cidade.
Sem qualquer glamour ou alta gastronomia, ele conquista a fama nos “copos sujos” da cidade com sua coxinha de frango. Mais do que isso, conquista o estômago, mas não exatamente o coração, de Iria, uma prostituta.
Mas nem tudo dá certo para o personagem que acaba indo parar na prisão. E lá faz o que sabe de melhor: conquistar pela boca. Um filme inusitado e cheio de magia, com belas atuações, sobretudo de João Miguel – o protagonista – Fabíula Nascimento, Iria, e Babu Santana, que há muito tempo merece mais atenção por sua atuação do que pela participação no BBB.
Está lá na Netflix e é um baita representante de nosso cinema!