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Hoje é segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Billions: um jogo de gato e rato interminável

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A série conta a história de um procurador de Nova Iorque que tenta, a todo custo, achar vestígios de criminalidade de um dos mais poderosos bilionários da cidade.

Você com certeza já assistiu a algum desenho animado que dois personagens vivem um atrás do outro o tempo todo no episódio. E que, sem a caça, a história não acontece.

Por exemplo, Tom & Jerry. O gato vive atrás do pequeno rato o tempo todo e nem sempre se dá bem. O Jerry não é exatamente uma boa “pessoa”, mas os artifícios usados pelo gato Tom não são nada louváveis.

Se mudássemos o nome do ratinho para Bobby Axelrod e do gato para Chuck Rhoades, teríamos um resumo bem honesto de Billions.

Chuck é um procurador que está à espreita e preparando armadilhas para pegar o mega bilionário do mundo das ações, Bobby. O empresário fez sucesso com sua empresa depois de capitalizar sobre os atentados de 11 de setembro, que vitimou, inclusive, seus sócios.

Entre a relação dos dois, há a participação de Wendy, esposa de Chuck e a fiel psicóloga da empresa Axel Capital, de Bobby. Se a relação marido e mulher, ao menos nas primeiras temporadas das 5 disponíveis na Netflix, é plena e bem constituída, a tônica vale também para a relação de confiança de Bobby para uma de suas principais funcionárias.

Billions mostra as artimanhas tanto de Chuck para pegar Bobby, quanto de Bobby para fugir de Chuck. Há pequenas subtramas que duram um episódio com coesão no plot principal de cada temporada.

No entanto, quem não conhece ou não se interessa muito pelo mundo dos tribunais e das ações pode achar Billions um tanto quanto enfadonha. Piora a sensação de que a trama gira somente pela caça de um pelo outro. E pela evidente necessidade de haver essa caça para que a história aconteça.

Há alguns momentos em que essa briga tem suas tréguas quando há um inimigo em comum, mas nunca ela deixa de existir.

Para uma série de 5 temporadas, com a sexta já em andamento nos EUA, de 12 episódios com uma hora cada, essa história de gato e rato se torna um tanto excessiva e às vezes chata.

Ela não parece jamais progredir, como nos episódios de Tom & Jerry ou mesmo do Papa-léguas, quando o coiote faz de tudo para pegar o pássaro, mas sempre se dá mal para ele começar tudo de novo.

Mas, não se pode desconsiderar a boa trama e a participação de personagens secundários bem importantes e desenvolvidos, como Taylor, a própria Wendy Rhoades ou mesmo o braço direito de Bobby, Mike.

A trama ocorre sem muitas pontas soltas e sempre há algo do passado para se resgatar, bem como cada personagem se desenvolve bem na história.

A trilha é para nenhum rockeiro botar defeito, rendendo, inclusive participações para lá de especiais.

Há uma premissa de mudanças importantes para a sexta e sétima temporadas, mas nada que mude muito o fato de que o formato televisivo de Billions possa incomodar aqueles mais acostumados com o streaming.

Mas fica a impressão que uma hora, até o Tom desiste de Jerry. Mas o espectador pode desistir de Billions.

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Kael Ladislau é Jornalista graduado pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
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