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Hoje é sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Caleidoscópio é uma criativa forma de contar uma história já desgastada

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Histórias de roubos estão no cinema e na televisão há bastante tempo. Muitas delas são sucesso antes mesmo de serem lançadas já movimentam uma base de fãs.

Mesmo assim, dá para dizer que as fórmulas desse tipo de história são tão exploradas que já há pouco a desbravar. Quando não, claro, que outros artifícios tornam o mote mais criativo. E é o que acontece com Caleidoscópio.

A série lançada pela Netflix conta a história de um assalto planejado por 24 anos. Algo que não pode ser chamado de inovador, mas o que atrai a atenção para a obra é a sua forma de assistir.

Caleidoscópio não possui uma ordem definida e o espectador pode assistir aos 8 episódios da forma que quiser. São inúmeras possibilidades (40.320 no rigor da matemática) que contam a mesma história, mas a depender da ordem, a pessoa pode ser apresentada aos acontecimentos de pontos de vista diferentes.

Uma promessa que a série entrega é uma certa experiência visual. Isso porque as cores que dão nome aos episódios ganham destaque, seja na fotografia ou em detalhes de cenas. Dá uma pequena beleza, mas nada que verdadeiramente salte aos olhos ou que faça sentido para a narrativa, se não uma espécie de “caça ao tesouro” bem óbvio dessas cores na cena.

Na atuação, temos um elenco bem diversificado e de certa maneira carismático, ainda que quase todos sejam bandidos. Mas quem verdadeiramente tem destaque é Giancarlo Esposito, conhecido por séries como Breaking Bad, Better Call Saul, The Boys e Mandalorian, bem diferente, no entanto, de outros personagens que se assemelham nessas obras, aqui mais fragilizado e pouco menos frio.

Esposito é Leo Pap, que tenta se vingar de um antigo parceiro de crime que agora é um poderoso empresário do setor de segurança. Para isso, ele planeja um assalto por 24 anos, durante sua pena na prisão.

Ao fugir, ele começa a recrutar as peças certas para que o plano funcione, desde uma advogada bem relacionada a um truculento abridor de cofres.

Os episódios contam acontecimentos em diferentes épocas, que variam de 24 anos antes do assalto a seis meses depois do roubo, sempre mostrando aspectos de personagens, que podem ou não aparecer em outros episódios.

Por fim, Caleidoscópio é divertido e prende o espectador que não espera uma grande história, mas sim um passatempo de uma improvável forma de se contar uma obra.

A Netflix disponibilizou algumas formas de se ver a série em suas redes sociais e recomenda uma ordem diferente para cada usuário que pode só seguir os episódios ou escolher no menu do streaming.

Quando chegar ao final, certamente ficará aquela sensação de como seria a forma de ver se um ou outro episódio fosse visto de outra ordem, dando um gosto bem diferente para um tipo de narrativa já saturada.

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Kael Ladislau é Jornalista graduado pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
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