Por uma Mariana de política da PAZ

A Sociedade Brasileira dos Poetas Aldravistas e a Academia Marianense de Letras conclamam os políticos marianenses para a construção de um grande pacto para construção de uma política da Paz em Mariana.

A decisão do TSE do último dia 17, que determinou a imediata diplomação e posse da chapa eleita democraticamente em 15 de novembro de 2020, pôs fim ao rodízio de vereadores na função de chefe do executivo marianense. Esse ato jurídico propiciou uma cerimônia de posse na histórica Câmara Municipal de Mariana marcada pela emoção e pela demonstração de que é preciso unir forças para a retomada da estabilidade política na cidade Primaz de Minas Gerais.

A presença de todos os vereadores, de ex-prefeitos e ex-vereadores na cerimônia, num clima harmonioso, demonstra-nos que o momento requer um grande pacto pela construção de uma política de paz para Mariana, para que a Ágora Marianense, a exemplo da Ágora Ateniense, possa colocar o povo da polis como o único beneficiário das políticas resultantes das proposições que serão debatidas no plenário. As bancadas situacionista e oposicionista têm lideranças capazes de estabelecimento de debates francos, mas respeitosos, nos quais a preocupação central seja o restabelecimento da normalidade administrativa de Mariana, para que políticas públicas possam apontar soluções aos crônicos problemas que atingem a população e abram possibilidades de investimentos em infraestrutura que garanta a saúde social marianense.

Antes de tudo, é preciso reconhecer o esforço e a resiliência do Legislativo Marianense em sobrepor às suas atribuições ordinárias a de cumprir o papel de executivo. Ao mesmo tempo, é preciso reconhecer também que essa superposição de atribuições causou prejuízos nas duas esferas – no legislativo, que teve que ser ao mesmo tempo executivo, e ao executivo que se estabelecia de forma interina, no modo stand by. Agora é hora de conclamar novo esforço político, porque a posse do prefeito por si só não irá resolver os problemas estancados nos últimos 30 meses; por isso, precisamos contar com a experiência de articuladores políticos e de disposição para o diálogo de Celso Cota e Cristiano Villas Boas e com as mesmas experiências e disposição das lideranças das bancadas da Câmara, para construção de pautas de soluções dos problemas de Mariana a partir de debates qualificados e respeitosos.

Cientes de que Mariana é Primaz da Poesia Mineira, berço de dois expoentes da poesia da língua portuguesa, Frei Durão e Cláudio Manuel, da década de 1720; Primaz da Educação Mineira, com a criação do primeiro educandário de Minas Gerais em 1750, por Dom Frei Manoel da Cruz; Primaz das Artes, com a chegada de Rebelo e Souza em 1751 preparando o caminho artístico de Ataíde, nascido em 1762, a Primaz das eleições, Primaz Diocesana e Arquidiocesana, e Primaz do Legislativo Mineiro, em respeito à história, à memória e ao patrimônio imaterial humano que essas primazias representam, conclamamos a grandeza dos representantes do povo na Câmara e no Executivo, para que elejam a paz como ferramenta de trabalho, nessa nova fase da política de Mariana.

Nesse sentido, não temos proposição de pauta emergencial, porque esta já está estabelecida, por certo encaminhada pelos secretários municipais de todas as pastas, recebida pelos três vereadores que ocuparam a cadeira executiva. Agora a sociedade marianense espera que, em paz, como requer o ambiente do debate democrático (aquele da Ágora Ateniense), os poderes possam recolocar Mariana de volta nas trilhas da normalidade política, condição para a retomada do crescimento com respeito a todas as áreas da vida social saudável e soberana.

Estabelecida essa fase, a sociedade civil de Mariana tem sim pautas de reivindicações, que serão encaminhadas, da mesma forma, com respeito e paz, para as instâncias de poder pertinentes para debates democráticos e atendimento.

Em PAZ o debate democrático é o caminho para soluções de problemas e especialmente de projetos que propiciam garantias à vida e à dignidade.

Mariana, 19 de agosto de 2023

Andreia Donadon Leal – Presidente da Sociedade dos Poetas Aldravistas

J. B. Donadon-Leal – Presidente da Academia Marianense de Letras