Basta olhar para o espelho
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Existe um ditado americano assim: “To Put Your Money Where Your Mouth Is” que, em tradução livre quer dizer: Coloque seu dinheiro onde sua palavra está.
Bem, explicando o ditado, chegamos ao entendimento de que essa expressão significa demonstrar que você acredita ou apoia algo com atitudes e não apenas com palavras.
Mais diretamente falando, seria algo como “pare de falar e comece a agir”.
Entretanto, existem mais nuances neste breve ditado do que o explicitado acima. Ele pode ser aplicado, inclusive, na sua própria concordância sobre o que ocorre com a sua outorga. Onde nem sempre o “dinheiro” do ditado, se refere tão somente ao papel-moeda ou aos nossos recursos financeiros, por assim dizer.
Ele se refere à nossa permissão, via nossas ações, que corroboram ou não, com determinada ação, viés e posicionamento.
E existe farto leque de exemplos para serem ditos aqui:
- O governo feito por um político em que você elegeu ativamente, ou seja, você votou no político que hoje exerce mandato, em seu nome – ele continua a justificar o seu voto? Ou se ele fez algo que lhe é completamente oposto daquilo que você acreditou estar fazendo ao elegê-lo? O seu voto REALMENTE representa aquilo que você PENSA?
- Uma empresa polui e degrada repetidas vezes o meio-ambiente. Você sempre foi um comprador desta empresa, mas acredita piamente que o meio-ambiente precisa ser tratado de forma diferente – você continua comprando desta empresa? O seu voto diário, toda vez que você efetua uma compra de qualquer um daqueles produtos, representa aquilo que você PENSA?
- Uma indústria que manufatura excelentes aparelhos eletrônicos é repetidas vezes citada como uma das maiores compradoras de insumos gerados por empresas que possuem denúncias de trabalhadores em condições análogas à escravidão, trabalho infantil, exploração de menores em algum país na África ou da Ásia – o produto ao qual você destina o dinheiro que origina do suor de seu próprio rosto, realmente faz jus a cada centavo que você está depositando ali? Mesmo com tanto sofrimento humano agregado que existe para lhe trazer algum benefício? Usá-lo, mesmo ciente de tais problemas, representa aquilo que você PENSA?
E assim por diante, desde companhias que repetidas vezes violam os direitos inerentes ao contrato de trabalho, que buscam sempre o “levei vantagem” tão caracteristicamente brasileiro e lamentavelmente, também – passando por empregados que “jogam” com as empresas com a CLT embaixo do braço, que sabotam, que causam problemas no ambiente de trabalho entre outros inúmeros exemplos de péssimo gerenciamento pessoal, no mínimo ou de uma péssima noção de que a empresa que lhe contrata não é uma parceira sua, na batalha do pão nosso de cada dia, mas um INIMIGO, um EXPLORADOR – uma receita tão errada, quanto fajuta e que condena tantos ao desemprego e a desesperança de uma vida melhor.
O PIOR dos exemplos, entretanto, está entre nosso próprio círculo social, por mais que seja incrível compreender. Pessoas às quais nós somos levados a crer que sempre estão ao nosso lado, desejando legitimamente nosso sucesso e torcendo para que, em nossa luta em comum por uma vida melhor, algum de nós sejam bem sucedidos o suficiente para que a vida nos cobre menos e nos traga mais dos bons frutos de projetos e empreitadas bem sucedidas.
Eles passam desde as mulheres, insatisfeitas com suas próprias decisões pessoais sobre relacionamentos, falando mal dos mesmos relacionamentos que não logram sucesso em obter para mulheres mais jovens – e em sua grande maioria, mais atraentes do que elas jamais foram, até “amigos” mal sucedidos em empreitadas e projetos que fazem questão de sempre levantar o pior das coisas para alguma pessoa motivada e que busca novos rumos para sua vida – tais “amigos” são a razão para responder aos jovens do por que quanto mais velhos ficamos, menos pessoas passam a ter tal alcunha: vamos-nos amadurecendo e passando a filtrar quem é merecedor de andar ao nosso lado e em quem confiar.
Aos jovens, lamento dizer que é bem difícil aprender sobre isto sem que existam as nossas próprias cicatrizes da traição, do engano, da desilusão e da sabotagem – vocês irão passar por isto, assim como todos nós já passamos algum dia. Mas não se esmoreçam e nem percam a capacidade de acreditar em si mesmos e nas oportunidades que a vida nos dá.
Querem ver se algum dos “benfeitores” acima é um dos quais podemos dar adeus para terem o privilégio de caminhar conosco, rumo aos melhores anos de nossas vidas? Bem, basta observar se eles colocam efetivamente os recursos que eles têm em sua própria convicção. Basta observar se eles realmente agem da forma como as quais eles enchem o peito para dar sugestão em sua vida.
Lembre-se que falar da vida alheia é fácil. Dar conselhos e sugestões é fácil também, uma vez que a consequência não será nossa para ser vivenciada, nem a dor para ser sentida. Este próprio texto, por assim dizer, não sofrerá qualquer consequência de incentivá-lo a ser mais autônomo em seus projetos, ser mais sigiloso com sua própria vida e seus desejos e muito menos não ganhará absolutamente nada se você for mais criterioso com quem deseja ter próximo a você mesmo.
Ele só espera fazer jus à sua atenção e só deseja que aos mais jovens a noção de consequência dos próprios atos, fique bem clara.
Seja positiva, seja negativa – a consequência será toda e completamente sua. Alguns de seus queridos parentes, como seus pais, eventualmente seus irmãos e raramente alguns parceiros da vida sofrerão com consequências amargas ou se deleitarão com seu sucesso. Mas são poucos. Preciosamente poucas exceções.
No frigir dos ovos, seu companheiro para todos os momentos poderá sempre ser visto no reflexo do espelho. E quantas vezes tomamos atitudes, realizamos feitos e cometemos ações que fazem aquele sujeito sofrer, não é mesmo?
Pois basta também observar no mesmo espelho a razão pela qual suas ações devem buscar refletir aquilo que você enxerga como correto e positivo.
Considere a sua satisfação pessoal, seu conforto e como tais ações podem positivamente afetar seus desejos, sonhos e projetos. Se não causam dano a terceiros, se não comprometem a segurança e o conforto de outros e se não vilipendiam e massacram os desejos, sonhos e projetos dos outros – principalmente de seus entes mais queridos, tantas vezes relegados a um segundo plano de se observar as consequências.
Considere os riscos, pese os benefícios e entenda tanto o sucesso quanto o fracasso de uma empreitada e o preço que precisará ser pago. Escute aos outros, se desejar, mas entenda sempre que a consequência será SOMENTE SUA para lidar. Tanto a positiva, quanto a negativa.
Tenha principalmente decência para aceitar algum eventual fracasso, sem apontar o dedo para terceiros como causadores de sua falha. Tenha humildade no sucesso e saiba agradecer quem lhe apoiou e lhe deu suporte, da forma como lhe foi possível oferecer.
Saiba ser, acima de tudo, grato. São pouquíssimas pessoas que possuem as oportunidades que você tem.
O cara do espelho agradecerá. Pode apostar.
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